“ Você tem três
minutos para me vender a sua idéia. “ ( Donald Trump )
A execução bem
sucedida de um projeto é antes de tudo uma questão de eficácia na comunicação.
É fundamental uma perfeita
comunicação entre usuários, projetistas
e executores, para que tudo ocorra dentro do mais alto nível de compreensão e
clareza em todas as atividades de um projeto.
Falhas de comunicação trazem conseqüências desagradáveis ao final do
projeto, ou mesmo durante e podem até determinar o seu fracasso..
Na verdade a clareza e a eficiência na comunicação
representa um dos pilares de um projeto bem sucedido e essa sempre foi uma das
principais preocupações de toda metodologia de desenvolvimento de sistemas.
Vários procedimentos, técnicas e métodos foram introduzidos para resolver essa
questão, das atas de reunião ao avanço das linguagens visuais.
Diversas técnicas e ferramentas foram criadas para apoiar o
desenvolvimento de projetos em suas diversas etapas, visando o estabelecimento
de símbolos gráficos que tornariam mais fácil a compreensão das especificações
dos sistemas pelos seus futuros usuários. Dessa forma esperavam permitir ao
analista prosseguir adiante em suas definições em bases mais sólidas. O grande
desafio é não apenas passar a informação, mas
interpretá-la.
A técnica de DFDs, bastante conhecida dos analistas, largamente
utilizada e consagrada universalmente é um bom exemplo, mas os tempos são
outros e agora dispomos de ferramentas automatizadas como a UML ( Unified
Modeling Language ), que é uma linguagem de modelagem
não proprietária de terceira geração. A UML não é um método de desenvolvimento,
o que significa que ela não diz para você o que fazer ou como projetar seu
sistema, mas ela lhe auxilia a visualizar seu desenho e a comunicação entre
objetos.
Basicamente, a UML permite que desenvolvedores visualizem os produtos de
seu trabalho em diagramas padronizados. Junto com uma notação gráfica, a UML
também especifica significados, isto é, semântica.
É uma notação independente de processos, embora o RUP (Rational Unified Process) tenha sido especificamente
desenvolvido utilizando a UML.
A boa comunicação é um recurso imprescindível das equipes de projeto, entretanto de nada valerá uma perfeita comunicação dentro de um projeto se o próprio projeto não estiver alinhado com os objetivos estratégicos da organização como um todo. A clareza na comunicação precisa ser estabelecida desde a mais alta administração até os níveis operacionais, abrangendo todas as áreas que serão envolvidas no projeto. Esse papel deve ser desempenhado pelos “processos” da organização, e pelas áreas de Metodologia, aos quais todos os funcionários, projetistas e desenvolvedores estão, de alguma maneira, subordinados.
Peter Drucker,
pai da administração, escreveu em seu livro "People and Performance"
que no futuro haverá uma relação direta entre o sucesso profissional e a
habilidade de escrever e falar. Que as pessoas vão crescer na corporação na
medida em que melhorarem essas habilidades.
Se você
fizer um gráfico notará que existe uma relação mais direta entre o salário
e essas habilidades do
que entre a remuneração e as qualificações acadêmicas.
Comunicar
envolve troca de informação. O emissor é responsável por tornar a informação
clara, coerente e completa, permitindo que o receptor a receba corretamente.
Se o processo de comunicação é tão importante assim, vale a pena
conhecermos algumas dicas valiosas:
Ø
Primeiro ponto para quem quer ser um bom comunicador: seja um bom
ouvinte.
Ø
Não interrompa quando o outro está falando.
Ø
Coloque seu interlocutor à vontade.
Ø
Mostre-se interessado no que o seu interlocutor está falando.
Ø
Não se distraia durante a conversa.
Ø
Periodicamente resuma para seu interlocutor aquilo que foi dito para
assegurar o entendimento mútuo.
Tenha vocabulário e conteúdo. Nada pior do que falar errado e sem
conteúdo; blz?
Seguem alguns vícios comuns de redação que podem ser evitados (Autor desconhecido)
Ø
Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado,
conforme deve ser do conhecimento de V. Sa. Outrossim, tal prática advém de
esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.
Ø
Evite abrev, etc.
Ø
"não esqueça das maiúsculas", como já dizia carlos machado,
meu professor lá no colégio santa ifigênia, em salvador, bahia.
Ø
Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
Ø
O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
Ø
Estrangeirismos estão out, palavras de origem portuguesa estão in.
Ø
Seja seletivo no emprego de gíria, bicho, mesmo que seja maneiro..
Sacou?
Ø
Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa m.....
Ø
Nunca generalize: generalizar sempre é um erro.
Ø
Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar repetitiva. A
repetição vai fazer com que a palavra seja repetida.
Ø
Não abuse das citações. Como costumava dizer meu pai: "Quem cita os
outros não tem idéias próprias".
Ø
Frases incompletas podem causar
Ø
Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas
diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras
palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
Ø
Seja mais ou menos específico.
Ø
Frases com apenas uma palavra? Corta!
Ø
A voz passiva deve ser evitada.
Ø
Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que
ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação
Ø
Quem precisa de perguntas retóricas?
Ø
Nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.
Ø
Exagerar é 100 bilhões de vezes pior do que a moderação.
Ø
Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"
Ø
Analogias na escrita são tão fúteis quanto chifres numa galinha.
Ø
Não abuse das exclamações! Seu texto fica horrível! Sério!
Ø
Evite frases exageradamente longas, por dificultarem a compreensão da
idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia além
da central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta
forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a
torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do
processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais
curtas.
Ø
Cuidado com a orthographia, para não deturpar a língua.
Ø
Seja incisivo e coerente. Ou talvez seja melhor não...
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Do livro : Análise de Sistemas Orientada
ao Sucesso – Editora Ciência Moderna – 2005.
Daniel Batista Fernandes é analista
de Sistemas, iniciou sua carreira na área de Informática em 1970, após ter sido
selecionado pela IBM para um curso de programação em convênio com a PUC de
Campinas. Tem atuado em empresas nacionais de grande porte e em multinacionais
dos mais variados ramos de atividades, bancos, indústrias e cias seguradoras,
exercendo funções de Analista de Sistemas, Coordenação de Projetos, Gerente de
Qualidade de Software, Consultor de Projetos e Arquiteto de Sistemas
Aplicativos. Autor do livro: Análise de Sistemas Orientada ao Sucesso - Rio de
Janeiro, Editora Ciência Moderna - 2005 .
danielbfernandes@yahoo.com.br