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Dilema de gestão de projeto (RUP x PMI)

O pessoal da administração, que muitas vezes não tem acesso ou contato com processos de desenvolvimento de software, desconhecem completamente RUP e desprezam isso quando montam uma proposta técnica para poder conquistar um projeto em um cliente. Concebem a 'inception', 'design', 'testing' e 'implementation' porém não tem processos bem dimensionados com os papéis bem definidos como no RUP. Têm a mania de refazerem a roda dos projetos.

Nos deparamos com anti-patterns organizacional decorrente disso pois, quando vão fazer os cálculos de tempo / recursos / valrores, se deparam com as discrepâncias dos processos que querem criar versus os processos realmente necessários para as montagens das builds já previstos na RUP.

E nisso vemos um conflito comum entre área de projetos, que não leva em conta o RUP e sim o PMI, e a equipe de desenvolvimento. Esta precisa da participação, conforme o enfoque RUP, do Gestor de Projeto e, se possível, um Gestor de Mudanças também. A dissociação dos papéis é útil pois, enquanto um reporta o projeto como um todo aos players (investidores do projeto) o gestor de mudanças intermedia a liberação entre as builds. Frequentemente vemos faltar um participante como gestor de mudanças, que efetua o represamento de requisitos não viáveis para a build corrente e, por outro lado, como o gestor de projeto responde pelo projeto como um todo, quer tudo 'à toque de caixa', a famosa 'pizzaria'.

Sabemos como isso é complicado quando o gerente de projeto não está acostumado com o desenvolvimento RUP, como sempre vemos: querem fazer um filho em um mês com 9 mulheres, ou seja, é a preconização do impossível. E nisso há todo um stress em relação às expectativas do projeto tornando uma experiência dolorosa e inesquecivelmente traumática.

Já um gestor proveniente da área de sistemas tem sempre sucesso principalmente com seus pares da área de desenvolvimento que se vê harmoniosa e atendendo as demandas sem o stress comum em projetos.

Muitos questionam porquê os projetos têm essas características. Muitas vezes, além dos prazos apertados, até o gestor faz as vezes de analista de sistemas (!) absurdamente, para 'economizar'. Nisto ele aparece com o perfil de alguém que está 'dando retorno (ROI)' do projeto. A que custo? Questiono qual o real papel de tal gestor...

O pior cenário é justamente do gestor, como formação PMI administrativa, querer dar 'pitaco' na área de desenvolvimento a ponto de negligenciar o papel fundamental do Arquiteto de Sistemas que é seu braço direito técnico. Isso é o mais lamentável pois o Arquiteto comumente tem a visão mais longe a ponto de determinar os padrões, expansões e limites técnicos do projeto, área frequentemente obscura para quem trabalha somente com prazo, tempo e recursos humanos e financeiros.

Anibal Marques é Arquiteto de Sistemas, Tecnólogo em Sistemas de Informação, iniciou sua carreira na área de Informática em 1986, formando duas turmas de profissionais COBOL após o término do próprio curso. Autodidata, está acostumado em atuar em empresas de grande porte como Bancos, Financeiras, Seguradoras e Segmento de Transporte e exerce os papéis de Arquiteto de Sistemas / Integração EAI, Analista de Requisitos, Designer / Desenvolvedor e Líder de Projetos bem como elabora propostas técnicas como suporte ao comercial de empresas de consultorias. Atualmente pós-graduando em Ensino Superior.

amarquesbra@gmail.com