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CMMI - Capability Maturity Model Integration

 

O CMMI (Capability Maturity Model Integration - Modelo Integrado de Capacitação e Maturidade) é um modelo de qualidade criado e mantido pela SEI (Software Engineering Institute), órgão da Universidade Carnegie Mellon, patrocinado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Fortemente aceito e com alta credibilidade o CMMI é um modelo de referência, um conjunto de melhores práticas para os processos de desenvolvimento de software. Um forte guia destinado a melhorar os processos organizacionais e a habilidade desses em gerenciar o desenvolvimento, mede a maturidade do processo de uma organização e visa auxiliar a organização a estabelecer prioridades para melhoria e a implementação dessas melhorias.

 

A área de informática é igual a qualquer outra área. Necessita de processos para gerar soluções de qualidade. A qualidade do produto final é dada pela tecnologia e pela qualidade dos processos utilizados e principalmente pelo pessoal envolvido (pessoas competentes, com domínio de conhecimento e bom senso trabalhando em equipe). O arquiteto é o autor do PROJETO, ele adota critérios puramente estéticos. O engenheiro (civil) é o autor da EXECUÇÃO, este adota critérios para atender aos requisitos do projeto gerado pelo arquiteto, com segurança e custando o mínimo possível. Mas de nada adiantará se contratarem um mestre-de-obras que não saiba interpretar as plantas corretamente. Uma implementação errada pode arruinar o melhor dos planos, assim como implementar bem um plano ruim também é igualmente trágico. A mesma coisa se aplica ao CMMI, o estudo e entendimento profundo do modelo são essenciais. Ele não é um processo, é apenas um modelo e sua aplicação depende exclusivamente da organização. A idéia do mesmo é facilitar a entrega de um produto com custo, esforço real, e qualquer outra variável relevante ao processo, o mais perto do estimado e que tenha a melhor produtividade possível, e tudo isso aplicando as melhores práticas existentes dos processos. Um processo de desenvolvimento de software baseado no CMMI não é absurdamente burocrático e não aumenta o custo, muito pelo contrário, ele incentiva o trabalho segundo processos, sistematização, o que evita re-trabalho. Ele não engessa o processo, não vai contra um processo ágil, e não possui um preço alto a se pagar.  As práticas descritas no CMMI agregam valor sim, mas tudo depende de como elas são implementadas. Como dito anteriormente a aplicação do modelo depende exclusivamente da organização e do estudo ou compreensão adequada do mesmo. O CMMI não foi desenvolvido para ser aplicado de forma generalista. Não é para serem implementados os exemplos descritos lá, pois estes exemplos podem não retratar o modo de trabalhar da organização ou estar fora da realidade da mesma. Para cada organização o processo deve ser único e particular, a idéia é retratar como a organização executa suas atividades. E como melhorar essas atividades? Usando o CMMI, devem-se buscar nele as melhores práticas tornando essas atividades mais produtivas e mensuráveis. Assim a implantação do modelo terá sucesso. O CMMI ajuda a organização a conhecer a si própria e a sua performance, melhorando a precisão do planejamento. Permite também um melhor monitoramento dos processos, possibilitando que o gerente de projetos saiba se o projeto dará certo ou não. Ele possibilita uma melhoria contínua nos processos, amadurecendo as organizações tornando-as mais competitivas.

 

Toda mudança é trágica, não importa onde e nem a razão. Logo, no começo do processo de implantação, o CMMI parecerá rígido e burocrático. No entanto as organizações precisam de processos eficientes que digam o que fazer, quando e como. Assim o sucesso da organização não vai depender diretamente dos desenvolvedores que por sua vez deixam de agir como ‘bombeiros’, sempre apagando incêndio. Lembrando que não existe mágica e não é um trabalho rápido, é necessário amadurecimento da organização e do pessoal envolvido, e o primeiro M de CMMI é justamente Maturidade. Segundo o SEI os principais benefícios das organizações que adotam este modelo é aumento de produtividade, diminuição de custo, estimativas mais corretas, qualidade e aumento da satisfação do cliente.

 

Chaélmica Gonçalves da Silva é Analista de Sistemas, graduada pela Faculdade Pereira de Freitas (2009).  Possui certificação ITIL V3 Foundation. Iniciou sua carreira na área de Informática em 2002. Atualmente exerce a função de Analista Funcional SAP SD em uma multinacional chilena provedora de serviços de TI.

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