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Mercado, Empresas e a sua Governança – Integração pelos processos

Por Janio Quadros*

11/11/10

 

SPED Fiscal, SPED Contábil,Ponto Eletrônico, NF-e, NFS-e, CT-e, FCONT são as mais novas exigências de órgãos como a Receita Federal e o Ministério do Trabalho e algumas das obrigações que entraram em vigor em 2010. A próxima será a entrega do SPED Fiscal-PIS/COFINS que com suas mais de 450 regras deverá ser entreguea partir de Janeiro/2011.

Com isto algumas empresas, poucas, aliás, estão com a atualização de seus sistemas que geram estas informações em fase avançada. Muitas outras, a grande maioria, ainda não conseguiu avançar em seus projetos para que o prazo seja cumprido, estando assim sujeitas a penalidades financeiras.  O foco nos sistemas automatizados sejam próprios ou de terceiros toma a maior parte do tempo em relação à parametrização ou customização para adequação às novas regras.

Há, porém, um ponto nem sempre comentado nesta relação de integração entre a velocidade de criação de novas regulamentações de Governo e a prontidão das áreas de TI das empresas em atendê-las. São os processos de TI.  Processos são o ponto chave entre as mudanças no ambiente regulatório, a rápida e segura alteração em sistemas de TI,com a consequente formalização e regularidade empresarialfrente ao Governo.

Processos devem ser idealizados, implantados e mantidos de forma a evoluírem ao longo do tempo, alinhando capital e esforços, para que não se diluam frenteao dinamismo da empresa ou de exigências regulatórias. Isto estará em linha e com uma visão clara da integração entre os objetivos de TI em atender estas demandas, através de sistemas informatizados, e do negócio da empresa, entre eles estar em dia com suas obrigações fiscais e trabalhistas.

Com este panorama entra a Governança de TI, que não deve apenas existir e ser uma forma transparente de administrar um ambiente de TI, mas ela deve ser sustentável ao longo do tempo. Tempo que, aliás, corre rápido demais quando o assunto é estar adequado às regras.

Uma Governança Sustentável de TI não só garante oROI dos investimentos atuais para a melhoria dosprocessos de TI, como demonstra para as áreas donegócio que suas necessidades futuras de investimentoem tecnologia serão viáveis, assim como as exigências governamentais serão atendidas no prazo correto. Somente processos adequados, ferramentas de mercado aderentes a estes processos, equipes internas com desejo de mudança, fornecedores detendo corpo técnico atualizado e competente, e com preços justos poderão fazer frente a estas demandas.

Em recente pesquisa realizada pelo Confeb - Conselho Fiscal Empresarial Brasileiro –entendemos a importância de processos neste contexto em relação ao exemplo das dificuldades na implantação da NF-e em 2010.Veja gráfico.

 


 

Nota-se que a integração entre processos internos é a segunda maior dificuldade enfrentada pelos gestores, perdendo somente para a Cultura e comprometimento interno.

Encontramos uma possível resposta para esta constatação no livro Big Brother Fiscal – O Brasil da Era do Conhecimento de Roberto Dias Duarte. Ele acredita existir ainda o problema da falta de planejamento, que é uma questão cultural. Mas esta característica está mudando. Diante de um fisco mais exigente, nos deparamos com a necessidade de modernização das práticas organizacionais, movimento que propiciará a melhoria da gestão empresarial.

Estas questões como melhor organização interna, assim como melhor gestão empresarial serão melhor tratadas se houver uma cultura de planejamento, gestão e controle de processos e Governança de TI, assim como, uma visão e ações efetivamente voltadas para uma melhor Governança Corporativa.

O Brasil é a “bola vez” em relação aos investimentos estrangeiros, que no pós-crise, está à frente dos mercados dos EUA e da Europa. Com isto a fica evidente que em um ambiente cada vez mais competitivo, com empresas em fusão ou aquisição, mercado de ações, internacionalização de operações e alteração de chefes de Governo, o grau de exigência na transparência torna-se cada vez maior. 

Como vemos tanto a Governança Corporativa, como a Governança de TI auxiliarão as empresas no cumprimento de exigências fiscais e tributárias, aumentarão seu grau de transparência com uma boa saúde administrativa e financeira, assim como, estarão com a sua TI e seus negócios integrados, com foco e preparados para aproveitar as vantagens que um ambiente de negócios tão favorável ao Brasil se apresenta nos próximos anos.

 

* Janio Quadros

Com 22 anos dedicados a IT em empresas de diversos segmentos, atua com Projetos em Governança de TI e Governança Corporativa, Ciclo de Vida e Gerenciamento de Serviços, Expertise em ITIL, CobiT, Sox, ISO 20000, ISO 27000 e auditoria em TI. Realiza Assessments e GAP Analysis, Desenho e Redesenho de Processos de TI e indicadores para BSC. Ministra treinamentos oficiais em ITIL eCobiT. Palestrante de GRC– Governança, Risco e Compliance em 2010 - Sucesu/RS – Tema:  Governança Sustentável em TI.

Email: janiocesar@yahoo.com.br